segunda-feira, 15 de setembro de 2008

11 e 12 também.

13 a preparação e 14 o grande dia, ai a tristeza abriu espaço para a alegria!

Outros leram da vida um capítulo, mas tu, Vó, leste o livro inteiro!
Por volta de 1918 em Araras nasce mais uma dádiva de Deus, a pele da cor das nuvens, cabelos da cor do sol e olhos da cor do mar. Certamente cercada de muito amor, essa é a certeza que temos ao conhece-la, afinal uma criatura capaz de amar tanto só pode ter convivido com ele - o amor - por toda a vida. Entendamos o amor, não como gestos ou palavras de carinho e afeto, mas amor como o brilho que carregamos no olhar e o calor que sentimos no peito.
Filha de Manoel Farias Leite e Ana Maria do Espírito Santo, com seus sete irmãos brincava nas árvores e repreendia-os quando faziam o que não achava que certo, ensinando mesmo tão nova a sua lei que começava a decretar.
Se torna uma moça mimosa, atenciosa, bondosa e obediente como conta seu irmão ao recordar sua adolescência. Quando aos 18 anos veio morar em Limoeiro, conhece seu companheiro de vida, Seu Bentinho, o qual não abandonou em nem um minuto dali pra frente. Ai conhece outro tipo de amor, talvez não a primeira vista como esses que vimos e ouvimos dizer por ai, mas aquele que se conquista com o dia-a-dia, aquele que supera e molda aos que se entregam a ele.
Que assim seja, os declararam um dia “marido e mulher”. Quem ai precisar de um exemplo de entrega e dedicação, sente-se um dia com essa velhinha linda ai e peça instruções, certamente será difícil encontrar melhor instrutora para esse assunto. Foi mulher e foi marido por muitas vezes, mulher sempre, marido quando foi preciso.
Mulher. Mãe. Um, dois, três... onze! Como agüentaste tanto minha Vò? Nosso Senhora do Bom Parto teve mesmo simpatia pela senhora viu?!
Filhos no mundo, responsabilidades, alegrias, tristezas, sorrisos, lágrimas, uma infinidade de novos sentimentos. Se fosse aqui falar sobre os novos donos de seus olhares, levaríamos dias, semanas, meses, quem sabe anos! Pudera, até um dia desses eram nove!
Cinco mulheres e quatro homens. Não sei fazer outra conta senão essa, não entendo porque só vejo oito, porque quando aprendo uma coisa, pra desaprender é difícil. Então será sempre NOVE. Também não tento entender, não estou aqui pra entender as vontades daquele Moço lá de cima mesmo, só pra aceita-las, então que assim seja.
Aceitei e abracei a família que me recebeu tão bem. Um dia ouvi dizer que família só é mão, pai e irmãos de tiver. Pensei: E é? Pois no meu dicionário tem mais tanta gente.
Agora é a nossa vez primos! Chegam o netos... os dedos de meu corpo não são suficientes para essa conta. Aqui posso até me alongar mais, apesar de ter perdido algumas gerações, afinal sou a “caçulinha” como tanto ouvi minhas primas mais velhas caçoarem! Nem ligo, morram de inveja!
As recordação dos seus mimos, abraços, beijos e até carões estão sempre presente em nossa vida diária Vó, tenha certeza disso! Mesmo os que hoje por culpa da vida não estão mais tão próximos quanto outrora, tenho certeza que não esquecem um segundo que seja de ti.
Nós, os donos dos seus olhares e oração aprendemos contigo o valor de um “Deus te abençoe” que independente da idade te pedimos sempre, nós descobrimos contigo a gostosura que é um banho de mar ao amanhecer, aprendemos que um taquinho as vezes mata o desejo, pudemos correr, pular, cair e levantar debaixo de teus olhos atentos que esteve sempre vigilante durante toda nossa infância, que é o período mais importante na vida de qualquer ser humano já que é nessa fase que o adulto é construído e moldado. Adultos nos tornamos (com exceção de um que ainda está em fase de transição), debaixo de teus conselhos e carinhos, te trouxemos mais presentes...
Para sempre renovar a alegria de todos com a leveza e pureza da infância BISNETOS! Eita lá, ainda achando pouco te deram uma penca de bisnetos.
Ah Vó, depois tu me da umas dicas de como segurar o coração visse? Mas em segredo, porque ai eu escrevo um livro e ganho até um dinheirinho, porque o que tem de gente enfartando por ai querendo saber como se agüenta tudo o que a senhora agüentou, ou até bem menos, com essa saúde toda!
Amando, talvez seja esse o segredo. E assim tenho certeza que seguirás até o último suspiro.
Amar, eis o segredo, eis a tua lei, e como és nossa Rainha, carregamos todos a obrigação de cumpri-la.

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