segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Saudade

É tudo tão cansativo
Tão corrido
Tão rápido
Mas a saudade encontra sempre um espaço, uma fresta que a gente esquece aberta.
Um sinal que fica vermelho, um domingo sem planos, um engarrafamento que seja.
E até mesmo no meio de uma cidade nova, atravessando a rua.
Mesmo sem tempo pra quase tudo, sempre tenho tempo pra lembrar e chorar.
Pra sentir o coração ficando pequenininho, pra sentir teu cheiro de comida, teu cheiro na minha cabeça.
Teu cabelo tão fininho nas minhas mãos, pra lembrar do teu olhar parado e fixo em mim quando enquanto eu acordava, e do teu peito me fazendo dormir.
Às vezes me pego chata, sem saber o que quero, querendo fazer tudo e nada ao mesmo tempo.
Olho o calendário e vejo que não é TPM, penso na vida e percebo que vai tudo bem, mas quando olho tua foto entendo tudo, minha doença é a saudade.
Ela me consome tanto que chego a ter medo da vida. É tão grande Vózinha.
E agora percebo e descubro também a doença de Mainha quando sem ter nem pra quê, se fecha em repolho e fica também assim, chatinha e cheia de não-me-toques.
É que a saudade não tem tempo nem falta de tempo. Ela chega quando quer, sem avisar.
Mesmo morando num lugar tão confortável que a gente  acha dentro dagente pra ela morar, sempre que pode, ela resolver ver o mundo e sai dagente em forma de lágrimas ou de expirações violentas e tristonhas.
Mas é tanta falta que você faz, voinha... tanta... que a gente fica é doente de saudade.