quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

A fotografia.

A de hoje tinha cores e desenhos geométricos.
Círculos, retângulos (muitos), triângulos e outras formas mais.
Mas formas não me importam muito, não.
O que quero deixar registrado aqui são as cores que marcaram minha fotografia.
O marrom, e vários de seus tons.
Marrom claro, escuro, quase laranja, quase verde, mas marrom. Bem escuro, quase preto. Bem clarinho, quase cor de nada e de tudo também. Teve até o preto e o branco, mas esses foram só figurantes. O marrom foi mesmo o protagonistoa.
Também o quase cinza, mas era mesmo branco. Sim, branco. Talvez daí até fosse cinza, mas daqui era branco.
Nunca percebi que cores tão mornas, se juntas podem se tornar tão ricas.
Juntas a mim, a cheiros e a chuva.
Lindas e molhadas.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

O amor nos tempos do cólera

Florentino Ariza o escutou sem pestanejar. Depois olhou pelas janelas o círculo completo do quadrante da rosa náutica, o horizonte nítido, o céu de dezembro sem uma única nuvem, as águas navegáveis para sempre, e disse:

- Sigamos em linha reta, reta, reta, outra vez até a Dourada.

Fermina Daza estremeceu, porque reconheceu a antiga voz iluminada pela graça do Espírito Santo, e olhou o comandante: ele era o destino. Mas o comandante não a viu, porque estava anonadado pelo tremendo poder de inspiração de Florentino Ariza.

- Está dizendo isso a sério? - perguntou.
- Desde que nasci - disse Florentino Ariza - não disse uma única coisa que não fosse a sério.

O comandante olhou Fermina Daza e viu em suas pestanas os primeiros lampejos de um orvalho de inverno. Depois olhou Florentino Ariza, seu domínio invencível, seu amor impávido, e se assustou com a suspeita tardia de que é a vida, mais que a morte, a que não tem limites.

- E até quando acredita o senhor que podemos continuar neste ir e vir do caralho? - perguntou.

Florentino Ariza tinha a resposta preparada havia cinquenta e três anos, sete meses e onze dias com as respectivas noites.

- Toda a vida - disse.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Benditas coisas que eu não sei, os lugares onde não fui, os gostos que não provei, meus verdes ainda não maduros.
Os espaços que ainda procuro e os amores que eu nunca encontrei.
Benditas coisas que não sejam benditas.
A vida é curta, mas enquanto dura, posso durante, um minuto ou mais.
Te beijar pra sempre o amor não mente, não mente jamais.
E desconhecer do relógio o velho futuro, o tempo escorre num piscar de olhos e dura muito além dos nossos sonhos mais puros.
Bom é não saber o quanto a vida dura ou se estarei aqui na primavera futura.
Posso brincar de eternidade agora, sem culpa nenhuma, nenhuma...

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Minha irmã

Sobre o amor e sobre ela.
Sobre ela que ama amar. Ama os de pele macia, cor de qualquer cor, de cheiro bom, de cheiro de cheiro. Não importa que muro precise pular, pula, pula e pula quantas vezes for preciso.
Ama os da frente, do lado, de trás e do outro. Ama, somente porque o amor a consome por inteira, porque sem amar não sabe viver. Nem morrer.
Ela escuta sempre os outros dizerem que é possível ser feliz sozinha. E concorda. Eles não entendem, mas ela concorda sim. Ela só não concorda que seja possível viver sem amar. Isso não. Sem o fogo, o fogo que o amor-paixão faz queimar dentro dela. Sem ter em quem pensar ao acordar, ao dormir. Comendo, bebendo, fazendo coisas, não fazendo nada.
Às vezes me conta quando lembra ter “amado” pela primeira vez... Aquele velho amor da rua. Ouvia a voz dele e corria pra janelinha do banheiro, de onde melhor podia avistá-lo sem ser vista, lembra também dos amores da escolinha das três estrelas onde ela e mais duas amigas se sentiam as três. Dos amores das novelas, e do primeiro amor que não pode corresponder, não pode corresponder aos presentes e cartões, e nem se vestir de noiva como a bonequinha que ganhou dele naquele natal. Mas não se esqueceu do seu cheiro, nem do cartão que rasgou.
O primeiro beijo foi sem amor, mas o terceiro foi o primeiro. O primeiro amor. Por quem chorou e descobriu que amava. Descobriu isso quando se pegou trancada no banheiro chorando só porque ele foi embora, chorou mesmo sabendo que estavam de férias e que no dia seguinte iriam se ver novamente.
Do segundo amor em diante ela foi se entregando ainda mais. Conhecendo novos amores, novas paixões, novos beijos e novas sensações. Novos. Novidades. É disso que ela gosta.
Entre um e outro, beijos naqueles que amara outrora quando nem a olhavam.
Depois um amor diferente, um amor casal. Um amor que era correspondido sem ser, sem saber, e por não saber acabou. Acabou por não saber que era, que existia. E com esse descobriu que o amor não precisa ser gritado por cima dos telhados, mas precisa ser declarado e ofertado. Descobriu que o os coração é que precisam gritar um ao outro.
Depois descobriu o que dá quando a amizade se confunde com o amor e depois o amor quando se confunde com amizade.
E assim ela ama e ama. Descobrindo e tentando explorar e sentir tudo o que essa coisa estranha desperta nela, sentindo e curtindo cada faísca de sensação pra depois tentar entender (isso é mania dela), lidar e crescer e acrescentar e diminuir também. Diminuir essa ânsia toda que ela carrega dentro desse corpo pequeno de pele amarela. Diminuir qualquer coisa que precise ser diminuída, pra sobrar mais espaço pro amor, pra amar, dar e receber amor.
O amor ou essa coisa que ela não sabe viver sem e que chamam assim, de amor.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Não era!

Não! Não era tpm, ou melhor, não era somente tpm.
Acho que era um pressentimento que de tão forte, me deixou louca!
Já sei de tudo. Pra falar a verdade, não sei de nada.
Nada não, sei somento o que meu coração me diz.
Acho que não foi só verdade, acho que ela se escondeu um pouco, só não sei se somente nas tuas palavras ou se também na tua cabeça.
Não era verdade o que falavas sobre o possivel futuro. Esse futuro não existia, o que exitia já era presente.
Não como o que eu comprei, mas em forma de dor aqui dentro.
Soube que fazias como comigo.
Cheguei a sentir teu abraço nela. Como seu eu tivesse dentro dela.
Também teu cheiro e teu coração, como se fosse eu ali.
Não, não era, eu não estava, nem estou.
Não, não. Não era só tpm. Não era, nem é.
Ela já chegou.
É, chegou.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Vai passar!

Essa loucura toda a de ser TPM, sim sim é ela, só pode!
Como assim, no terceiro dia do ano essa loucura toda inventou de se instalar na minha cabeça ein? Como assim?
Putz! Ninguém quer isso! Faz aqui , desfaz ali. São muitas loucuras pra somente três dias, pô!
Vai passar, né? Vai, vai sim, vai passar.
A calma vai chegar e tudo vai voltar pro seu lugar, inclusive o meu juízo. Inclusive não! Principalmente!
Tudo vai ficar sereno e calmo como nunca foi. É, calmo e sereno nunca foi... e na verdade acho que como nunca será, já que tenho uma máquininha aqui dentro que não me deixa ser assim.
Mas então, se meu juízo voltar pro lugar já tá tudo certo.
É. Vou esperar por isso. Depois que o rio de sangue passar, vai dar tudo certo.
Vai ficar tudo bem.
Vai, vai sim.

Louca, louca!