sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Ser da manhã

Dia desses ouvi alguém dizendo, "sou da manhã" e me deixou com tanta inveja.
Sempre soube que sou do dia, e mesmo conhecendo os tantos poderes de sedução que a noite tem, sempre gostei de ser do dia.
Hoje, mais que nunca venho sendo do dia, mas queria mesmo ser da manhã.
O sol da manhã é tão gostoso, as cores são lindas e se permitem ver.
Mas a preguiça não deixa!
Mas eu quero! Juro que quero!
Mais um sonho, espero um dia viver nele.

domingo, 23 de dezembro de 2012

Para o Papai Noel


Querido Papai Noel,

Neste Natal resolvi voltar a te escrever. Não através de uma cartinha escrita à mão e enfiada numa bota ortopédica que usei durante alguns anos, mas por um blog, um “diário” mais moderno que escrevo quando aquele nó aperta muito no peito e na garganta.
É que a coisa por aqui ta preta mesmo. E pra conseguir realizar os pedidos desse ano, minhas forças não serão suficientes e aqueles que te substituíram durante anos nem sabem mais o que é isso.
Parece que depois de tantos anos eu me peguei apertando os olhos e desejando com força alguns presentes, desejando e pedindo pra quem não sei, pra alguma força, pra alguém que talvez se chame Papai, nem tão Noel, mas Papai.
Pra começar, eu queria um abraço bem apertado na minha Vozinha. Tá bom, acho que na verdade esse eu até já ganhei, quando há alguns dias sonhei com esse abraço, mas foi um sonho tão real que consegui claramente sentir o cheirinho daquele cabelinho branco tão lindo! Mas a gente nunca se satisfaz com sonhos dormindo, sempre queremos sonhos acordados.
Depois eu queria poder passar Natal lá num Belo Jardim, é, lá mesmo onde ta toda a minha família. Essa doida mesmo que eu tenho. Que tem um irmão chato, sem noção e abusado, mas que é irmão e esteve sempre do meu lado, mesmo que à pulso. Tem também uma tia que ta ficando é abusada depois de véia, cheia de manias, e nada cheia de paciência, mas é a tia que ficou no lugar da Vó e que sempre foi muito mais que qualquer coisa que tenha nome, gritando sempre Não!, mas dizendo sempre sim por debaixo dos panos, e mostrando a face de um amor bem diferente dos outros, mas com a grandeza de todos os outros.
Com meu pai, que mesmo tendo sido mais um irmão na maior parte do tempo, é o responsável por minha existência, por minhas manias, mas também por esse coração mole que tenho. E é quem me faz querer ser melhor na vida, e que junto comigo sei que ta tentando construir uma relação bem mais bonita, saudável e amável do que a que andávamos vivendo nos últimos tempos. Que da forma dele me faz sentir que estamos juntos nessa luta, essa luta de vida, pra vida, pela vida e pelo amor.
Com meu denguinho, que ta sentindo até mais que eu a falta daquela veinha linda que nos ensinou quase tudo da vida e que por isso anda passando por uma luta diária pela felicidade em meio a tanto fogo que vem de dentro e de fora. Que chora baixinho, mas que sorri bem alto no meio do fogo cruzado que a gente coloca ela e aí mete água e apaga tudo. Que mesmo sem saber falar muito bem o que sente, consegue falar através dos poros tão suados do seu corpo, e nos faz entender o que ela quer dizer apenas com um olhar. Que enfim, me deu metade de todo o amor que trago aqui em mim, e que completa e comanda e encabeça esse quarteto que vive se engalfinhando mas se amando também.
Com meus tios que sempre foram pra mim um exemplo de companheirismo e dedicação. Que deixaram na minha memória tantos momentos gostosos, a pastilha que Tio Zezinho trazia na mala, os cuidados de Tia Luísa quando estive doente ao seu lado, as canastras que sempre sonhei jogar com tio (e que hoje eu jogo!), s férias que passei com eles no Belo Jardim que todo mundo ta agora, as risadas que o tio me faz dar até agora e os mimos que a tia também me dedica até hoje e a força sem tamanho que sempre prova carregar dentro de si.
E com a família divertida que neste Natal ta recebendo todo mundo em sua casa, que ainda ta no início, mas que junta já faz um barulho danado, que luta por uma vida melhor e que tem uma energia danada pra viver tudo que aparece pela frente. Família que é encabeçada por uma prima que eu cresci vendo e ouvindo as histórias das defesas da minha mãe a seu favor, que eu vi namorar escondido, encobertei e entreguei suas trapaças e traquinagem. E que sempre me mostrou esse coração mole que carrega no peito e também como é uma relação de lealdade, delicadeza e companheirismo entre pai e filha.
E claro, com meu Gordo! Que nem sei mais viver nada sem ele. Que ta comigo todo tempo, matando todos os dragões que andam aparecendo em nosso caminho e eu sei que ta sonhando todos os sonhos comigo, assim como carregando todo o peso de 2012 comigo. E que me ensinou um amor que eu não conhecia, que vai se espalhando no sangue dos nossos corpos e fica ali todo dia, toda hora, todo tempo, fazendo a gente ficar em pé toda vez que o vento da vida nos empurra, sabe?
Eita danosse! Agora que terminei esse pedido posso concluir que esse é o que toma conta da maior parte do meu coração mesmo! Mas ainda faltam alguns.
Queria conseguir pagar minhas contas sem atrasar nenhuma, e que sobrasse só um pouquinho. Juro que é um pouquinho! Só pra eu poder comer gostoso, dar um mergulho num mar bonito, visitar Glória e Zuquer que tão fazendo falta. Aproveitar uns fins de semana desse mês que sempre me lembra férias sempre deliciosas que tive durante todos os anos de minha vida. Não queria ficar sem trabalhar não! Queria trabalhar sim! Mas poder aproveitar como havia sonhado durante o ano de batalha que tive. Ao menos  alguns dias. Dançar, cantar, encontrar os amigos, ficar de porre...
Queria que 2012 levasse todo o peso que me fez ver nele e que em 2013 eu voltasse a ser leve, como fui um dia, que chorasse mais de felicidade que de outra coisa, e que principalmente tirasse também todo o peso que venho depositando no homem que tem sido mais do que metade de mim.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Saudade

É tudo tão cansativo
Tão corrido
Tão rápido
Mas a saudade encontra sempre um espaço, uma fresta que a gente esquece aberta.
Um sinal que fica vermelho, um domingo sem planos, um engarrafamento que seja.
E até mesmo no meio de uma cidade nova, atravessando a rua.
Mesmo sem tempo pra quase tudo, sempre tenho tempo pra lembrar e chorar.
Pra sentir o coração ficando pequenininho, pra sentir teu cheiro de comida, teu cheiro na minha cabeça.
Teu cabelo tão fininho nas minhas mãos, pra lembrar do teu olhar parado e fixo em mim quando enquanto eu acordava, e do teu peito me fazendo dormir.
Às vezes me pego chata, sem saber o que quero, querendo fazer tudo e nada ao mesmo tempo.
Olho o calendário e vejo que não é TPM, penso na vida e percebo que vai tudo bem, mas quando olho tua foto entendo tudo, minha doença é a saudade.
Ela me consome tanto que chego a ter medo da vida. É tão grande Vózinha.
E agora percebo e descubro também a doença de Mainha quando sem ter nem pra quê, se fecha em repolho e fica também assim, chatinha e cheia de não-me-toques.
É que a saudade não tem tempo nem falta de tempo. Ela chega quando quer, sem avisar.
Mesmo morando num lugar tão confortável que a gente  acha dentro dagente pra ela morar, sempre que pode, ela resolver ver o mundo e sai dagente em forma de lágrimas ou de expirações violentas e tristonhas.
Mas é tanta falta que você faz, voinha... tanta... que a gente fica é doente de saudade.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Pra Anita. (Que assim como amor, se escreve com a)


Um dia tu me deste um anel.
Escolhi botar uma flor
E cravei nele um pedra.
Mas um dia essa pedra sumiu, se perdeu.

Mesmo sendo difícil aceitar,
Todo mundo um dia morre
Mas enquanto eu puder, não vou te deixar sumir
Menos ainda, de vista vou te perder.

Cravo hoje em mim nome de flores
Que quando quero ouço tua voz pronunciar
E cravado em mim já está
Todo o amor que eu tenho para dar
Ensinado, sentido e vivido
Em cada dia do teu viver

E eu, pra tu não morrer
Ei de teu sangue propagar
Tua história ei de espalhar
Sempre que de amor e flor eu falar.

terça-feira, 3 de julho de 2012

De novo.

E eu sigo tentando, tentando e tentando.
Pensei que a saída fosse uma nova vida!
E cá tô eu, com medo do perigo, com medo de tanta coisa, mas tô.
Arrumei tudo e vamo simbora!
Tô morta e vou dormir!
Amanhã tento explicar tudo melhor!

terça-feira, 24 de abril de 2012

Sobre ELE!


A vida do poeta Vinicius de Moraes é difundida mundo a fora como uma passagem permeada por amor, desamor, novos amores e sempre outros mais. O amor, em diversas formas foi por ele retratado e destrinchado por toda sua obra, fosse ele direcionado à família, aos amigos ou às amantes. Mas foi o amor às amantes quem o levou a nos deixar os escritos mais belos e conhecidos de sua extensa e variada obra.
De acordo com as diversas nomenclaturas relacionadas aos tipos de amor, esse que se fazia florescer no poeta, ao se deparar com uma mulher feita de música, luar e sentimento, o levando a morrer de amar mais do que o possível, se enquadra no conceito do amor Eros. Também conhecido como amor paixão, a definição do Eros encontrado em Platão, através do discurso de Sócrates, em meio a tantas outras definições, discussões e conceitos, é a que melhor define o amor encontrado nos poemas dedicados às amantes de Vinicius.
Ele teve uma educação baseada nos preceitos da religião católica, estudou em colégio de jesuítas e recebeu orientações severas acerca dos bons costumes. Os sentimentos eram reprimidos e o ainda menino, começa a tentar lidar com as emoções. Quando levado por um tio a um bordel, Vinicius, com apenas 13 anos, é apresentado àquele que seria o maior dilema até o resto de sua vida, "o da conciliação dos imperativos da carne com as restrições do espírito" (CASTELLO, 2009, p.55). Sempre deixando escritos, e sobretudo poemas que nos permitem ter alguma noção a cerca de seus sentimentos pela época vivida, Vinicius nessa época começa a enfim permitir que nasça seu lado poeta.
Antes desse verdadeiro nascimento, Vinicius se arriscava em rabiscar declarações as namoradinhas até encontrar amigos com quem compartilhar escritos e idéias para enfim descobrir a vida real e mergulhar no turbilhão de sentimentos a que ela o oferecia. Enfim começa a conhecer e desvendar os mistérios do amor Eros. Casa-se pela primeira vez e conhece a vida em família, é o pai, marido e homem da casa por alguns anos. Até conhecer outras mulheres e começar a confundir-se diante de seus desejos. Acredita ter somente confundido e retorna a primeira mulher após um tempo separados. Separa-se de vez, se entrega completamente a outra, depois encontra algo que faltava para completá-lo numa terceira, percebe que ainda falta algo mais e segue para a quarta, depois a quinta, sexta, sétima...
Vinicius se desconstrói a cada nova descoberta, e tenta, se entregando a uma nova paixão, a completude daquele vazio que sentia existir dentro de si. A cada nova paixão,
descobre novas sensações e vai através das palavras tentar buscar sentido e compreensão delas. Acredita ser ninguém sem o alguém que deseja e nos deixa as Redondilhas pra Tati. Sente ternura e se encanta com os doces olhos de certa arquivista, retratando-a na Balada das arquivistas, se entrega mais uma vez e nos pergunta em meio à paixão seguinte, quem pagará seu enterro e as flores caso morra de amores.
Sente-se mais maduro e preparado, esquece o passado, os erros que cometeu e nos diz o que é preciso Para viver um grande amor. Depois esquece os anos que carrega em seu corpo, sente-se juvenil, se entrega a uma juventude, aos seus delírios, e diz a uma jovem cerca de trinta anos mais jovem que ele: "... você que ser Minha Namorada / Ah, que linda namorada / Você poderia ser". (MORAES, 19XX, p.XX)
Sempre cercado por amores, amigos, companheiros e parceiros de músicas, porres e romances, o poeta enriquece sua obra e sua vida com novos e velhos amores, momentos e sentimentos. Como não amar e querer sempre mais vivendo ao lado de Pablo Neruda, Antonio Maria e Dorival Caymmi? Como não transformar amor em samba e samba em amor ao lado de Baden Powell e Pixinguinha? Como não querer entender, sentir e saber mais das mulheres ouvindo suas mágoas de amor sendo cantadas por Elizeth Cardoso ou pelo quarteto em Cylene, Cynara, Cybele e Cyva? Como não querer fazer de sua vida filmes protagonizados por mulheres comuns e incomuns, sendo companheiro de Orson Welles e Walt Disney?
Sendo assim, nosso poeta continua a eterna busca se encantando Pela luz dos olhos(seus) de uma mulher que o hipnotiza, mas que quando resiste aos seus olhos para provocá-lo, faz também com que ele volta ao seu estado natural e permite o encontro a outros olhos que o desperta para outros amores. Ainda entregue aos feitiços das mulheres, o poeta renasce como místico do amor, casa-se com Iemanjá, mergulha nos mistérios da Bahia e do candomblé e Na Katmandu dos Pobres, vive momentos agitados em busca da calma, ao lado claro, de uma baiana.
Em meio aos fãs que conquistou nessa nova fase, conhece melhor o sucesso fora de seu país e com os novos ares se sente jovem novamente, entregando-se a mais Um signo, uma mulher. Até que enfim, Vinicius não mais consegue com sua sede de juventude, iludir o corpo já cansado e maltratado por amores e bebidas, farras e retrações, viagens, sucessos, casos e acasos. Mesmo assim, vive mais um amor, produz para jovens mais que jovens, às crianças, o elepê Arca de Noé. Quer renascer mais uma vez, ser novamente menino e recebe os cuidados de uma mãe-mulher que além do amor materno lhe oferece mais uma vez um amor de mulher, mas assim como as outras, não consegue impedir que ele se entregue a mais uma, a outra como sempre fez, mas desta vez, a última.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Lembrei que quando escrevo encontro alguma resposta, alguma chave.
Cá estou eu novamente a choramingar, reclamar da vida pra depois me sentir culpada, burra, fraca e dramática.
Mas é que acho que aquela velha mania de me jogar 100% em tudo as vezes termina mal. Me sinto sem energia, cansada.
O corpo dói, a cabeça fervilha.
Acabou a maratona da Páscoa, mas voltou a maratona da vida. Contas a pagar, pendencias mil a resolver, família pra conviver, saúde pra cuidar, satisfações a dar, deveres a cumprir, ciclos a fechar e o desejo de descansar de tudo.
Mais do que meu namorado, tem outro alguém que pode até não parecer, mas me cobra ainda mais. Essa cabeça que carrego bem aqui em cima do meu corpo.
Tenho planos, desejos, sonhos e disposição pra coloca-los em prática e correr atrás deles. Mas me sinto muito cansada. Cheia doque ainda não sei. Aí fico insatisfeita, chata, impaciente e... cansada.
Tudo passa na minha cabeça 1.000 vezes ao dia. A agenda até ajuda a listar os compromissos, mas só alguns, porque durante o dia vou lembrando daquele outro, daquela ligação, da outra cobrança...
De repente, em um ano, me vejo cheia de compromissos, responsabilidades. Ao invés de "De repente 30" o filme da minha vida é "De repente 300", 300 coisas pra fazer!