sábado, 6 de março de 2010

Ciclos

Reflexões, ausências, pressentimentos. Foi enxugando meu rosto após o banho (às 2h39), que percebi que isso faz parte do fechamento de um ciclo. Fechamento, encerramento, mudança de rotina, de pensamentos, certezas. E no final, de como lidar e ver o amor. Afinal, se não tivesse o amor aí metido no meio, não me interessaria.
Não, eu não estou doente. Mas bem que gostaria de estar. Doente de amor. Sim, aí sim, gostaria. Talvez o melhor a fazer agora, seja voltar a focar minhas energias ao meu novo-velho projeto de falar, falar e falar sobre essa coisa, pra tentar entender, e no final, essa busca na verdade poderá resultar no entendimento do meu eu, já que o que corre em minhas veias, em meu pensamento, o que inspiro, expiro e transpiro é o amor.
Sinto que preciso agora tentar diferenciar seus tipos, e descobrir a doçura que há em cada um, e deleitar-me ao encontrar o prazer que cada um deles pode me trazer. Acredito que não seja culpa exclusiva minha, essa necessidade absurda que sinto de pensar, sentir, querer e ter alguém. Essa coisa que me faz preferir estar, sentir e ter alguém, a estar alegre, feliz, como as pessoas costumam dizer.
Talvez o que eu esteja precisando, seja do meu próprio olhar. Acho que passei tempo demais preocupada em conquistar os outros olhares, que esqueci de eu mesmo olhar pra mim.
Isso. Achei a chave! Sinto que preciso começar um novo ciclo, e esse tem a mim como centro, quero me acompanhar ao cinema, ao teatro. Vou me convidar pra tomar uma cerveja. As pessoas costumam estranhar quando veem alguém “sozinho” num bar, num cinema, num teatro. Mas elas não enxergam que não estão sozinhos aqueles lá, mas sim um outro alguém que está sentado em outra mesa com muitas, várias pessoas. Lá vou eu de novo fugindo de mim, e pensando nos outros, no outro, no externo.
Não que eu queria me tornar uma suplente a autista. Não! O que sinto que preciso, é me cuidar, me amar, me apaixonar, me fazer sentir as sensações que até agora desejei tanto que os outros me trouxessem, me fizessem sentir. Na verdade, antes talvez eu não houvesse parado pra pensar que o outro já me trouxe tudo o que desejei. Amor, paixão, ternura, carinho, atenção, mas agora eu preciso me dar tudo isso, tudo isso do jeito que eu sempre achei que os outros não conseguiram me dar. (E esse vão que apareceu na frase anterior, entre o que eu quero e o que já recebi, aconteceu exatamente porque tudo o que eu sempre quis dos outros foi muito mais do que essas nomenclaturas podem exprimir e talvez por isso nunca recebi.) Talvez assim eu possa descobrir que não existe o que eu quero, ou se existe, mostrando a mim mesma, possa perceber que não é absurdo. Que o absurdo é só o que eu quero, é tudo o que eu quero e preciso.

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