terça-feira, 6 de abril de 2010

Resto

Aos poucos a gente vai jogando no lixo as coisas pequenas que por pequenas não enxergamos quando jogamos as grandes.
E junto com as coisas pequenas palpáveis e/ou visíveis, aquelas que construímos dentro dagente vão junto. A lembrança das comparações com aquele filme, vão embora junto com o ingresso que achei nem lembro mais onde e que ainda perambulava aqui pelo meu quarto, os e-mails ainda salvos são excluídos junto com as fotos e lembranças dos momentos das fotos, porque nem tudo daqueles dias quero excluir. Quero lembrar daquele cavalo que me fez berrar de medo quando vi que ele andava somente por onde ele queria, e o que ele queria mesmo era me tirar de cima dele e aí passava por baixo de árvores super baixas que se eu não me abraçasse a ele caia. Eita! Será que o que ele queria era que eu abraçasse ele?! Ah, seja lá o que foi, ele sim foi sincero, eu é que não entendo sua língua.
Enfim, aquele abraço da foto também foi excluído.
Só não sei se sozinha vou conseguir jogar no lixo as lembranças das dores. Não sei se sozinha vou conseguir catar todas elas e depois descobrir um lixo seguro pra que ela não volte como o ingresso que só vai de verdade agora que já tá dentro do saco fechado ali na porta pra o lixeiro levar.
Afinal hoje é terça-feira, o dia que o carro do lixo passa aqui na rua!
Lixo! Esse sim é seu lugar!

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